terça-feira, 10 de março de 2015

Quando e onde ser ativista!


O mundo do empoderamento feminino tem diversas vias de entrada. Uma das portas é a da busca por um parto respeitoso. Muitas colegas doulas iniciaram sua jornada nesse mundo por terem sofrido violência durante a assistêcia ao seu parto ou em uma situação de abortamento. Outras (como eu) acompanharam casos na família ou de amigas e se sentiram chamadas a engrossar o coro daquelas e daqueles que lutam dioturnamente por um atendimento obstétrico respeitoso, baseado em evidências científicas + autonomia feminina + experiência médica, centrado na decisão da mulher e sua família.

Uma vez atravessada a porta, a vontade é de sair espalhando a boa nova aos quatro ventos, abraçar a todas amigas, irmãs, colegas, primas, vizinhas e dizer: "vem comigo, do lado de cá somos ouvidas e respeitadas!".

Felizmente, cada um tem seu momento. Mesmo atravessando essa trilha ao lado de alguém, o fazemos sozinhas, seguindo nossa própria consciência, nosso próprio ritmo. E não dá para impor o nosso ritmo à ninguém, seja a melhor amiga, seja o ginecologista "fofinho", seja o marido-futuro-pai-do-nosso-bebê! 

Digo e repito exaustivamente, essa porta só abre pelo lado de dentro! Podemos mostrar a porta, dizer que a chave está debaixo do tapete, mas quem vai abri-la é a pessoa, no momento dela!

Daí que o momento da gestação não é o mais adequado para fazer ativismo. A gestação é um momento precioso, único, que não tem preço e que não volta nunca mais, seja o primeiro filho, seja o décimo. Não vale a pena perder tempo tentando fazer o outro mudar de opinião. Se o médico não assiste parto de baixo risco, não insista, agradeça a disponibilidade e a sinceridade e saia em busca de quem o faça. Se a mãe não aceita o parto em casa, simplesmente não dê detalhes, omita a data provável de parto (DPP). 

A sua gestação e o seu parto não precisam se tornar uma bandeira, mas o ativismo pode acontecer paralelamente. Comece participando de reuniões e grupos de gestantes, procure informações sobre os conselhos gestores dos hospitais de referência da sua cidade e também das unidades básicas de saúde (UBSs).

E lembre-se, vivendo segundo seus ideais, seguindo aquilo em que acredita, você também se torna uma ativista ao inspirar aquelas pessoas que estão à sua volta. A mudança não vai acontecer de cima para baixo, mas aos poucos e por todos os lados, ao mesmo tempo!

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Que tal aproveitar a semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher para participar de dois eventos a respeito da assistêcia obstétrica no Brasil, especificamente em São Paulo?


Seguem os banners dos eventos e os links para mais informações!

Eu estarei lá e você?

É preciso se inscrever pelo link: http://goo.gl/forms/N0UD3T0gpI . Mais informações aqui




Também pedem inscrição prévia pelos telefones 3017-9392 / 3123-8704 ou pelo email inscricoes.eventos@cremesp.org.br


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